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[Crítica] Oscar 2013: A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty)


A Hora Mais Escura fala sobre as estratégias e operações americanas que culminaram na operação que encontrou e matou o terrorista líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, com todos os riscos e dificuldades que os agentes e militares americanos passaram para realizar a missão.

Estrategicamente iniciando sua narrativa com a tela escura e somente sons que retratam o atentado do 11 de setembro, em seguida o longa nos leva ao Paquistão, dois anos após o atentado, em que importantes agentes da CIA, entre estes a agente vivida por Jessica Chastain, tentam localizar membros da Al-Qaeda que possam os levar ao alvo principal, Bin Laden, a tensão se encontra nos conflitos pelos quais estas operações passam, que causam a morte de agentes e atentados contra todos eles, mesmo sem identificação, sem deixar as locações do Paquistão para apelar à filmagens nos EUA, A Hora Mais Escura conduz sua narrativa inserindo aos poucos novos elementos da investigação e elementos de grande importância dramática ao longa.

Mas outro ponto interessante é o modo como ele foca na agente Maya (Chastain), uma tensa  e inteligente agente que comanda as investigações e não se contenta com a burocracia que as investigações tomam, encontrando a localização de Bin Laden e exigindo uma operação correta e objetiva para encontrá-lo. A personagem é forte e ainda representa o preconceito que as mulheres ainda vivem por ocuparem um cargo de importância como este, é vivida com uma grande intensidade dramática e tensão por Jessica Chastain, que volta a se destacar e merece as indicações e prêmios que recebeu, sendo destacada especialmente nas cenas em que somente seu silêncio consegue passar o estado da personagem.

E o fato do roteiro ser original é muito inteligente, mas mesmo assim o longa insiste em remeter que aquelas situações eram baseadas em fatos reais, inclusive expositivamente nomeando capítulos para o filme, conferindo o ocorrido durante as missões nos "capítulos" retratadas, mas quem merece destaque ainda é o trabalho de direção de Kathryn Bigelow, que já havia provado que sabia muito bem conduzir uma trama militar em Guerra ao Terror, mas que aqui demonstrou que pode inserir um maior peso dramático na construção dos personagens, e a condução quase documental em algumas cenas (como na operação final), merecem destaque para o trabalho da cineasta, e sua ignorância pelo Oscar comprova o quanto alguns de seus votantes ainda são antiquados, já que neste trabalho há uma ousadia de filmar cenas que não exaltam o patriotismo americano, como as realistas cenas de tortura.

Embora conte com algumas cenas com uma condução mais arrastada, A Hora Mais Escura sabe inserir cenas de maior intensidade logo após estas cenas, que voltam a despertar a atenção do público para um conflito militar ou dramático.

E é impressionante como, mesmo ao se utilizar de uma história da qual já conhecíamos o final, consegue produzir um clímax - justamente a operação que culmina na morte de Bin Laden - de extrema tensão, com uma fotografia, como já citada, quase documental, que acompanha proximamente os militares adentrando ao local e conduzindo a operação, quando a até então simples trilha sonora consegue contribuir de competentíssima forma na criação desta tensão, que culmina num desfecho de encerramento com grande importância dramática para a personagem que se construiu, logo após a forte e já conhecida conclusão da operação militar, que concluem a intensidade que marcou a história ocorrida e também o material que nela foi baseado.
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