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[Crítica] Oscar 2013: Argo

A premissa de Argo já desperta do interesse do público cinéfilo por se tratar, dentre outros assuntos, justamente do Ci...


A premissa de Argo já desperta do interesse do público cinéfilo por se tratar, dentre outros assuntos, justamente do Cinema.

Argo se inicia em 1979, quando revolucionários iranianos invadem a embaixada americana para tentar sequestrar importantes americanos devido à batalha política entre os Estados Unidos e o Irã, mas seis destes americanos deixam o local e se abrigam na embaixada canadense. Apesar de conseguir este exílio, estes americanos continuam reféns do país, já que todos os americanos que moram no país estão sendo caçados por revolucionários, e somente uma missão de resgate poderia salvá-los. Todo este plano é dirigido por Ben Affleck de forma quase que documental, tornando as cenas reais encenadas mais realistas ainda.

Muitos dias após os americanos estarem exilados na embaixada, o governo americano já sem esperança de soluções chama Tony Mendez (Affleck), um especialista neste tipo de resgate, para bolar esta ideia. Inesperadamente, a ideia criada por Mendez - e inicialmente mal aceita pelo governo - é a de fingir a gravação de um filme no local em que os americanos estão presos para burlar a segurança de entrada no país, e utilizando este falso filme, resgatar estes americanos.

Apesar de sugerir uma trama que poderia focar na ação, Affleck e Terrio optam por centrar esta trama na tensão dramática passada pelos reféns, e ao mesmo tempo a tensão política americana em relação aos seus conflitos políticos vividos.

Em uma sub-trama que se destaca no longa, Mendez deve ser o mais convincente possível no seu falso filme, e para isso contrata profissionais que são "especialistas em mentiras, o que mais se faz em Hollywood", definido pelos próprios, são eles os divertidíssimos Lester Siegel e John Chambers, muito bem vividos por Alan Arkin e John Goodman, que conseguem construir estes personagens não apenas como alívios cômicos para o filme, mas sim como importantes personagens no que o roteiro encaminha, e neste ponto ainda podemos destacar a ambientação do filme, que recria detalhadamente em seus figurinos e locações o que era vivido na época.

Conforme se aproxima do clímax, Argo se divide entre a ansiedade vivida dentro da CIA com os oficiais e no Irã, envolvendo o agente Mendez e os reféns americanos, que terão que se passar por canadenses tentando burlar os rígidos iranianos, e retrata ambos os ambientes com um clima de grande tensão passada ao público, algo que se vê cada vez menos no Cinema atualmente.

A direção de Affleck se mostra mais do que competente, e destaco como apesar de se dividir entre as funções de atuação e direção no filme, ele consegue manter uma característica de captar pequenas sutilezas nas cenas e se dividir entre espaços completamente diferentes sem perder o ritmo.

Argo ainda conseguiu comprovar como Ben Affleck amadureceu como ator, e se mostra cada vez mais um grande e ambicioso cineasta, emplacando um longa que, além de ser primoroso na construção de uma tensão gerada pelo thriller político que pode ser interpretado como o foco principal no longa, insere de inteligente forma a visão de como o Cinema exerce importante influência sobre os assuntos "reais" e políticos, trazendo um longa excelente em ambos os focos.

"Argo fuck yourself!" - Lester Siegel

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