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[Review] The Vampire Diaries S04E07/08/09 - My Brother's Keeper/We'll Always Have Bourbon Street/O Come, All Ye Faithful

Mimimi de vampiro.


Mimimi de vampiro.

Em vez de começar com reviews particulares de cada episódio, eu gostaria de redigir um "pequeno" comentário não só sobre estes episódios, como sobre a quarta temporada até aqui. Inclua aí grandes, magníficas aspas, pois meus comentários nunca são pequenos.

Quando eu comecei a assistir a série, lá em 2009, eu era bem mais jovem do que sou hoje e não tinha meu senso crítico bem formado. Tinha minha própria bolha de séries, filmes, livros, músicas etc. que, se saíssem da minha zona de conforto, teriam cometido um pecado TERRÍVEL. Hoje eu já não sou bem assim, espero. Hoje me orgulho de ter aberto um pouco os horizontes para novos gêneros, novas qualidades e mesmo alguns defeitos que possam ter um significado maior.

Pois bem, meu maior arrependimento de não ter esse senso crítico lá em 2009 é: não poder ter aproveitado a época boa de The Vampire Diaries como eu deveria. Se eu olho para trás agora, vejo que a primeira temporada, mesmo com algumas tropeçadas feias, acabou tendo algumas das mais inventivas e empolgantes tramas entre todas as séries mais recentes. TVD era uma série magnífica, de verdade. Mas aí veio a segunda temporada, e os Originais. Aí veio a terceira temporada, junto. E, para minha tristeza, percebi que os bons tempos de TVD já haviam acabado.

Chegou um ponto em que a série passou a se reciclar. Todos os episódios começavam de jeito mecânico, robótico, porque, claro, quando mais de 60 episódios começam da mesma forma, a gente se toca que está vendo simplesmente a mesma cena de formas diferentes; e, estando a série não satisfeita, os episódios terminavam da mesma forma, também. Era uma fórmula - mas não uma fórmula da série; não uma fórmula como um teatro, que é dividido em atos representando início, meio e fim, ou mesmo a fórmula básica de toda dramaturgia, que é início, conflito, clímax e conclusão. Era simplesmente uma fórmula preguiçosa, estagnada, que existia porque estava dando audiência, pouco importando a qualidade. Isso, claro, é somente um exemplo, e exemplos não faltam para comprovar o que estou tentando expôr. Vou até usar meu exemplo mais básico de todos: o fato de que a terceira temporada INTEIRA foi uma saga de tentativas de matar os originais; vamos colocar aí que foram umas seis ou sete tentativas. Todas falhas. TODAS. E quando pensamos que um dos Originais ia realmente morrer... puf! Ele reaparece! Porque claramente, se um personagem estiver dando dinheiro, não importa o quão ruim, sem sentido e forçado ele e suas tramas sejam, ele TEM que continuar na telinha.

Outra coisa que eu gostaria de comentar: o modo como TVD tem forçado tramas por nossas goelas abaixo. Certamente vocês ainda se lembram das circunstâncias da transformação de Alaric em big bad vampire hunter, no vigésimo episódio da terceira temporada. Certamente, vocês se lembram que, mesmo depois da Mamãe Original ter morrido pelo o quê, a quarta vez?, ela deu um jeito de voltar só para transformar Alaric. Mesmo contra toda lógica e todas as possibilidades. Faltando apenas dois minutos para o fim de um episódio - e de uma trama - que já tinha praticamente acabado e fechado todas as suas pontas. É aí que eu digo:

PELO. AMOR. DE. DEUS.

Tudo bem, somos adolescentes, estamos em frente à TV (ou, no nosso caso, em frente ao PC) para nos divertimos e passarmos algum tempo com nossas séries e nossos personagens. Mas o que dizer de uma série que (perdoem meu linguajar, sei que não é nada sutil) simplesmente fode com todos os seus personagens? Personagens tão fortes que vão decaindo até não passarem de clichês? Pior: personagens mortos, sem vida, que já não envolvem mais. Por quê? Pelo simples fato de que inúmeras tramas sem sentido, inúmeras forçações de barra, inúmeros dramas clichês e metódicos os envolvem. É isso o que TVD se tornou. Uma série sem aspirações de ser melhor do que já é (e, me permitam dizer, a série está bem ruim), por que o jeitinho que ela é - fraca, sem sentido, com personagens ruins e previsíveis - já dá audiência suficiente para garantir dinheiro no bolso dos produtores. E olha que eu só dei um exemplo! E o mais triste é que, acreditem ou não, esta série já foi BOA um dia. Eu lembro, logo no início da série, que eu vi uma entrevista com a Julie Plec, a roteirista-mor. Ela disse: "Há tanta história para contar!" História talvez sim. Mas onde ficam os personagens, o envolvimento, enfim, a vida da série? A ousadia de ser surpreendente? TVD já não é mais. Nós nos sentamos pra assistir um episódio sabendo que, depois de 40 minutos de enrolação, alguma coisa vai acontecer no final. Nós nos sentamos com o sentimento de "E aí?".

E é por isso que eu estava tão empolgado com a quarta temporada. Por que o último episódio da terceira havia me surpreendido. Me surpreendido de verdade! Eu senti pelos personagens tudo o que sentia, lá em 2009. O amor, o shipp que só um fã de verdade pode sentir. A season finale da terceira temporada reacendeu tudo o que eu já senti por esta série, e fiquei ansioso pela quarta temporada. Contei meus dias. Queria por que queria ver como o que a série ia se tornar, se os dias de outro iam voltar. Afinal, eles haviam ousado novamente. Claro, Elena ia virar vampira de uma forma ou outra - mas eles conseguiram segurar, conseguiram empolgar, conseguiram desviar dos clichês.

E então, a quarta temporada estreou. Estive em êxtase. Pelos primeiros episódios, eu vi como a série havia mudado. Como ela havia amadurecido. Parecia quase uma série adulta! As tramas eram interessantes e inventivas. Os personagens eram fortíssimos. Eu assistia os episódios querendo, realmente, ver o que aconteceria a seguir. Mas aí, a decepção foi maior. Foi maior porque, depois de tanta empolgação, a série me decepcionou - mais uma vez. E não somente uma vez, várias. Tantas quanto as situações presenciadas em cada episódio. A série voltou a bater no clichê. Voltou a se reciclar. Voltou a fazer tramas e situações mecânicas e robóticas, que já haviam sido feitas várias vezes no decorrer da série. Era, novamente, aquela sériezinha adolescente clichê que passava na CW. Aquela sériezinha que dava um bom dinheiro, mas não rendia um bom divertimento.

É esse o sentimento que eu tenho agora, revisando os três últimos episódios da midseason. Não importa o tamanho da criatividade dos roteiristas, eles sempre acabam andando em círculos. Eles sempre acabam fazendo Damon ser aquele grande cara que toda garota gostaria de ter. Sempre acabam fazendo Stefan ser o santo imaculado. Quase como que para que os fãs criassem um culto ao redor de Damon e odiassem Stefan. E não é essa a intenção? Fazer os fãs shipparem o cara que a mocinha nunca pode ter, para que assim, a audiência continue alta? E Elena? Meu Deus, Elena. Como uma personagem tão forte e decidida se tornou essa mocinha mordedora de lábios e sofredora por todos os cantos? Alô, Isabella Swan? Por que a transformaram nisto? Claro, para mantê-la indecisa sempre, sem jamais escolher entre Stefan e Damon. Tudo para criar esse romancezinho. Tudo pela audiência.

Agora, tivemos Jeremy pagando de caçador. Tivemos Stefan pagando de malvado. Deixe-me comentar: não, Stefan! O que faz Damon um personagem tão frustrante é justamente isso! "Mimimi, ninguém me ama, então sou bad boy." Não vá pelo mesmo caminho, você já é ruim demais sem isso! Tivemos um flashback, uma girl's night out, tudo ligeiramente interessante - já que os personagens são apenas ligeiramente interessantes. E, vamos admitir, Elena bêbada > Elena sóbria. Pelo menos não temos tanto mimimi de boa mocinha. Tivemos também briga de lobos - de longe, a storyline mais interessante de My Brother's Keeper e We'll Always Have Bourbon Street. Talvez, por envolver um tantinho de pé no chão. E Phoebe Tonkins, claro, como eu sempre disse, sempre é bem-vinda. O interessante aqui é a mitologia: apesar de ser irritante perceber que, mais uma vez, tudo - o misterioso professor Shane, as aulas de magia de Bonnie, a libertação dos híbridos, os caçadores e, como não podia deixar de ser, os vampiros - estão conectados, é sim interessante ganhar mais um insight na série. Esta "expressão" e o sacrifício de doze pessoas - que, no caso, serão os híbridos - pode render muita coisa boa.

Agora, terei que dedicar um tantinho mais de espaço para O Come, All Ye Faithful, que é o único episódio dentre estes três pelo qual eu daria alguma coisa. O único episódio que me impede de largar a série de vez. Claro, os mesmos problemas dos outros episódios estão aqui (mais uma festa, pra que mais uma festa?), mas os pontos positivos que fizeram o início da temporada tão bom também estão. Ver Klaus matando todos os híbridos? Ótimo. Pelo menos uma vez eles conseguiram fazer uma cena que transmitisse a violência de uma maneira tão bonita e chocante, quase como uma dança. Claro, ver o desenrolar do plano de Tyler, junto a Caroline, Stefan e Hayley antes disso também foi divertido - mas nada comparado aos pequenos dois minutos de cabeças e corações rolando. Paralelamente, a trama de Jeremy e Elena finalmente chegou a um fim, de um bom jeito, eu diria. As cenas dos dois juntos transmitiram todo o suspense que deveriam. Não posso dizer o mesmo do fim de Delena, no entanto. Se, no final de My Brother's Keeper, a primeira noite Delena foi bem interpretada e construída, aqui, a despedida me deixou frio. Pareceu se prender somente ao necessário, sem nenhuma profundidade emocional. Seria essa a perfeita analogia para todas as situações da série? E não vamos nos esquecer da investida em mitologia - sempre o ponto forte da série. Sim, eu estou curioso para saber um pouco mais sobre Silas. Não, eu não gostaria que me enrolassem quanto a isso.

No fim, tivemos, claro, vários ganchos para o desenrolar da temporada. Para não ser morto, Tyler tem que fugir... de novo? Ao menos, dessa vez, houve um toque de desespero e psicose, o que é legal. A busca pela cura continua... como se nós não soubéssemos que no final das contas vai haver uma pegadinha, como sempre há em The Vampire Diaries. Stefan finalmente descobriu sobre Delena. E Klaus está #chatiadíssimo, chegando a matar a prefeita da cidade! Ousado, inesperado, belamente orquestrado, lindamente violento e emocional? Sim, tudo isso. Ah, como eu sinto falta dessas coisas em TVD! Então, a midseason termina com um ponto alto. E isso é mais uma das coisas que me irrita. Não me entendam mal, não estou tentando pagar daquele velho crítico rabugento, corcunda, de cabelos grisalhos e óculos redondos, que se senta numa sala escura e sai falando mal de tudo que vê pela frente. É só que é um tantinho cansativo ter que aguentar um monte de episódios ruins e mal formulados só para ter uma finale boa. Não é assim que se faz uma série. Mais vale ver um previously on do que uma temporada inteira.

Assim termina 2012 para TVD. Com o ódio de muitos fãs e amor de outros. Eu sei que não sou o único que reclama sobre a série; já há bastante tempo que TVD vem dado no saco de muita gente. E com razão! Mas, ao mesmo tempo, quando tem coisa boa, é coisa MUITO boa. Então vamos esperar pra ver né. Três esquerdas fazem uma direita, e, se vocês querem saber, tem esquerda pra caralho nessa série.

NOTAS

S04E07 - My Brother's Keeper

S04E08 - We'll Always Have Bourbon Street

S04E09 - O Come, All Ye Faithful

P.S.: Ainda estou tentando descobrir o que April está fazendo na série.
The Vampire Diaries 8574849667013598838

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