[Review] Glee 4x09/10 - Swan Song/Glee, Actually
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4x09 - Swan Song
A nossa canção do cisne. Evocando o mais profundo sentimento de superação, talvez este seja o episódio de Glee
capaz de mostrar a qualquer detrator da série que, além de personagens
bem construídos, acabamos de ganhar outro presente: a certeza de que
nenhuma outra série conseguiu abordar tão bem o desejo que muitos
adolescentes (e agora jovens adultos) têm de um dia conseguir trilhar
seu sonho rumo ao sucesso, seja ele na música ou em qualquer outra
profissão. De sonhos, buscas e novos rumos, que talvez mudem pela
primeira vez a dinâmica no McKinley, eu ri, chorei e aplaudi como se
estivesse no auditório do NYADA.
O cliffhanger deixado pelo desmaio de Marley decretou o fim para o New Directions
na competição nacional. Quem ficou feliz foi Sue, e só ela, diga-se de
passagem, pois eu estava tão triste quanto todos os outros naquela sala.
Ao mesmo tempo em que as portas se fechavam para o coral, Rachel
recebeu o cobiçado convite dourado de Carmen Tibideaux para a Mostra de
Inverno, tornando-a assim, a primeira caloura em sete anos a receber a
“condecoração”.
Nunca tinha ficado
com tanta raiva de Sue Sylvester. Deu uma dor no meu coração, vê-la
destruindo a sala do coral, e Finn até tentou remediar, mas a gigante do
mal já havia mexido os pauzinhos para garantir que o Glee Club
não tivesse local onde pudesse fazer futuros ensaios. Não demorou muito
para ela mesma perceber que sem algo tão real para infernizar, os
propósitos de sua vida de nada valeriam. Constatações tão profundas que
só se comparam ao sentimento vazio e estranho que se tem ao assistir Prometheus, não é mesmo Becky? O que mais ri nessa hora, foi o alívio do Brad ao finalmente se ver livre de ter que aguentar o coral.
Claro
que sem metalinguagem, nossa série favorita não seria o que é. O que
foi Brittany confessando sentir medo do possível destino de Sam quando
as blogueiras lésbicas descobrissem do romance entre eles? Os dois
dividiram o momento mais açucarado do episódio com a versão de Somethin’ Stupid,
e confesso que unir esses gênios vai render muito mais que revoltas
homossexuais. Teremos nossa dose semanal de puro surrealismo.
Cassandra bem que tentou dar um banho de água fria nas aspirações de Rachel, só que depois do sensual duelo ao som de All That Jazz, a decidida e agora confiante estrela de Ohio, sambou lindamente na cara da megera. Se a NYADA
tem sua bruxa particular na figura de Cassandra, o mesmo não se pode
dizer da sóbria Carmen Tibideaux. Parte da minha admiração pela
personagem vem do meu lado fanboy pela Whoopi Goldberg,
mas quem aí discorda da excelência e presença dela? A mestra procura o
melhor em seus discípulos sem utilizar de métodos degradantes como o de
Cassandra, porém mesmo assim, ela não os livra da verdade, e esse banho
de sinceridade era o que Kurt precisava para finalmente despertar.
Hilário mesmo foi a busca incessante e um tanto quanto inusitada dos “ex” New Directions por um lugar que não tirasse o calor da competição deles. Se tenho uma crítica a fazer no episódio, é aos momentos bitch de Tina. Fiquei com vontade de estapear a garota por cada patada que ela dava nos membros do Glee Club,
e também pelos momentos onde ela desmerecia o lugar onde eles tinham
chegado. Hipocrisia a gente vê por aqui, e sinto muito Tina, se Marley
não é a “nova” Rachel, você não tem a mínima condição de ser. Até Unique
estaria num nível maior que você.
Um
patamar além foram os momentos gloriosos protagonizados por Rachel na
Mostra de Inverno. Não sei se foi referência, já que o episódio se
chamava Swan Song, mas Rachel toda de branco representou de forma majestosa a figura cisne branco ao destruir qualquer candidato nos solos de Being Good Isn´t Good Enough e O Holy Night,
de parar o coração com tanta emoção. Kurt também conseguiu uma chance
surpresa de mostrar o seu potencial, e foi engraçado que Rachel apontou
bem a melhor música que ele já cantou (I Want to Hold Your Hand foi a única música cantada por ele que me emocionou até hoje). Na correta performance de Being Alive, o jovem Hummel colocou toda a sua alma e garantiu o favoritismo de Carmen.
Como
o momento mais lindo (perdoem-me o romantismo), a conversa final entre
Rachel e Finn demonstrou outra evolução no relacionamento destes jovens.
Ao invés de perder tempo se lamentando, Finn preferiu ouvir o sucesso
do seu amor e carregá-lo como mais um ponto de inspiração. Tanto é que o
e-mail escrito para os membros do Glee Club permitiu que o novo e frio lugar de treinamento do coral fosse aquecido com a belíssima Don´t Dream It´s Over, no mais puro ressoar dos novos sonhos daqueles garotos.
Gleeks gonna gleeks: Nossa Glee segue invicta e com sua melhor temporada, para quê falar mais alguma coisa?
Músicas do Episódio
Somethin’ Stupid (Carson & Gaile) – Sam e Brittany
All That Jazz (Chicago) – Cassandra e Rachel
Being Good Isn´t Good Enough (Hallelujah, Baby!) – Rachel
O Holy Night – Rachel
Being Alive (Company) – Kurt
Don´t Dream It´s Over (Crowded House) – Finn e o New Directions
4x10 - Glee, Actually
Demorei um pouco para formar uma opinião
precisa sobre este episódio, e infelizmente ela não foi tão boa quanto
eu gostaria. Por mais que o formato desse especial se justifique nos
filmes (ou filme) natalinos que Glee quis homenagear, as escolhas
musicais, os segmentos pouco inspirados e a falta de um momento
genuinamente emocionante, meio que brecou a boa safra de episódios até
aqui. Eu não tenho problemas com os especiais natalinos da série, apesar
de ter achado o último um tanto quanto fraco, e talvez por ter esperado
mais, a decepção tenha vindo de um jeito forte.
Quanto
às histórias que nos foram contadas, posso elencar minhas favoritas:
Artie e o menino Rory do “natal passado”, o tradicional encontro dos
Hummel e Sue que geralmente tem os melhores plots natalinos (aqui não foi diferente). A vibe Charles Dickens
pela qual Artie passou, foi muito boa. Me aterrorizei com a
possibilidade de tudo ter acontecido daquela forma, o universo em escala
de cinza não poderia ter tido uma representação melhor de cores (ou
falta delas), afinal sem a alegria do Glee Club, aqueles estudantes eram apenas sombras do que poderiam ser. Sou fã do Kevin McHale com seu Artie e concordo quando o Rory diz que ele sempre foi a cola do coral. Foi divertidíssimo vê-lo cantando Feliz Navidad
para despertar o espírito dos seus colegas, o que não adiantou muito.
Acordar do sonho foi uma benção para ele e para nós, até Artie percebeu o
quão importante é sua condição de cadeirante para inspirar todos ali.
Como
não se emocionar com esse pai inspirador chamado Burt Hummel? O Natal
em Nova York foi um espelho das tradições Hummel em Lima, e Burt trouxe
todo o conforto necessário para solidão de Kurt. A árvore, os enfeites, o
presente mais do que especial. Sempre fico emocionado com o cara.
Quando ele contou a Rachel do primeiro natal de Kurt sem a mãe, meus
olhos já estavam marejados. Blaine sendo a entrega especial também
rendeu um bonito momento para o outrora casal. White Christmas
foi bem executada, só que faltou emoção. Esse segmento em Nova York me
assustou pela revelação de Burt. O câncer de próstata pode estar no
estágio inicial, mas algo me diz que teremos emoções mais fortes do que
uma cura “milagrosa”.
Sue entrou no
amigo secreto do McKinley e tirou Millie Rose, a fofura literal que é a
mãe da Marley. Todo o lance piegas da pobreza poderia ter sido tratado
de uma forma bem rasa, mas ver Sue despertando seu lado bom, sempre me
emociona. A expressão dela ao ver Marley cantando The First Noel
para Millie foi linda. Depois dali, ela moveu tudo para garantir um
Natal digno à família Rose, e também um tratamento para a moça que ela
não consegue tecer insultos. Foram estes os três pontos que guardaram o
episódio para mim.
Os seguimentos de
Jake e Puck e também do Sam com a Brittany foram terríveis. Os primeiros
tiveram os momentos mais sofríveis do episódio. Aquela performance de Hanukkah, Oh Hanukkah foi degradante, e olhe que poderíamos ter tido um número inspirado nos estúdios da Paramount. O casal mais loiro de Glee
continua sendo um doce só, mas não ri com a visão deles do apocalipse
maia, o que não é um bom sinal. Sei que procurar sentido em algumas
coisas da série chega a ser um erro, mas o que foi Sam cantando com as cheerios vestidas de rena? Um pouco vergonhoso, melhor definição para Jingle Bell Rock.
Como
bem apontou Sue no começo e fim do episódio, especiais natalinos que
contam diversas histórias, tendem a juntá-las no final da forma mais
capenga possível. Em Glee ela só poderia terminar com uma cantoria de
visual inspirador, com direito a neve artificial e tudo mais. Nos
despedimos este ano ao som de Have Yourself a Merry Little Christmas, ansiosos para que este seja o único episódio fraco da temporada.
Um feliz Natal e próspero Ano Novo a todos. Até Janeiro.
Gleeks gonna gleeks: E Quinn finalmente teve o destino almejado pelos produtores, confesso que ri e gostei muito.
Músicas do episódio
Feliz Navidad (José Feliciano) – Artie
White Christmas (Irving Berlin) – Blaine e Kurt
Hanukkah, Oh Hanukkah – Puck e Jake
The First Noel – Marley
Jingle Bell Rock (Bobby Helms) – Sam