loggado
Carregando...

[Review] Fringe S05E04 - The Bullet That Saved The World

Destruidor.


Destruidor.

Essa é a melhor palavra para resumir este episódio. The Bullet That Saved The World foi o episódio mais tenso da temporada - aquele que nos fez mergulhar num oceano de ansiedade, querendo saber o mais rápido possível o que aconteceria a seguir... e então, não estávamos preparados. Achamos que tínhamos este episódio na palma da mão, mas não tínhamos. De maneira nenhuma poderíamos saber que nos sentiríamos assim.

Há quantos episódios Etta esteve conosco? Cinco, seis se contarmos a menção à gravidez de Olivia? E ainda assim, ela nos cativou, entrou em nós. Em pouquíssimo tempo, parecia que conhecíamos ela como a um velho amigo - não é isso que Fringe sempre faz com seus personagens? Em pouco menos de 3 horas, pudemos ver 21 anos de sua vida. 21 anos de perdas, de miséria, de desconsolo - mas, ainda assim, de esperança. E o que foi aquele brilho nos olhos ao reecontrar os pais? O que são aquelas chamas que lhe encrespam um sorriso a cada batalha vencida?

Etta foi uma linda personagem. Ela nos mostrou a alegria na angústia. Ela nos fez ver um novo mundo a partir de uma ótica cruel e impiedosa - e renovou nossa fé ao mostrar que, mesmo ante ao desespero, existe bondade e confiança. Ainda existe humanidade.

E é por isso que é tão difícil dizer adeus para ela.

Não é justo. Simplesmente não é. Esse foi o pensamento que passou primeiramente em minha cabeça, e na sua também, eu aposto. Qual o propósito de tanta alegria? Qual o propósito de tanta tranquilidade, de tantas mensagens, se a personificação delas acabaria morrendo, levando consigo toda espécie de paz possível? E o desespero que sentimos, ao vê-la fraca e vulnerável aos pés do Observador... pronta para morrer? Mas a morte de Etta não foi meramente sua partida: de agora em diante, Etta é um símbolo. Etta, filha de Olivia Dunham e Peter Bishop, é a face da resistência. Etta morreu como viveu: uma heroína. Como uma guerreira na batalha por um mundo melhor. Ela agora se junta a Dobby, Thorin, Erik ("O Anjo da Música") e Jack Torrance dentre os heróis que morreram em luta, com honra e paz... morreram onde mais queriam estar.

E é isso que vemos em seus olhos: a esperança de que a luta continue. A confusão ao sentir a bala em seu peito - e qual de nós não a sentiu entrar também? -, refletida em seu olhar perdido... para então ela adquirir a ciência do que deveria fazer. Para então ela continuar a lutar, em seus últimos momentos de vida... e nada importava mais do que "a bala que salvou o mundo" - nada importava mais do que a admiração que ela sentia por Olivia Dunham. Engraçado ver como as coisas não mudam. Como ela "nunca desiste"... Foram nos olhos de mãe e filha que vimos a verdadeira dor. A verdadeira partida... a verdadeira perda. A bala agora é uma lembrança de Etta. Da dor, mas também da vida. De sua esperança. De seus melhores dias ao lado de seus pais.

Cinco episódios. Só cinco episódios... e vamos sentir sua falta como nunca. Fringe não está nem tão perto assim de acabar e olhe só para nós... Estamos em silêncio, olhando para o nada, assim como Peter, Olivia e Walter, e não sabemos o que fazer. Não sabemos para onde ir agora. "Amor", como o Observador Windmark disse. Tudo isso por amor. Toda a crueldade do ato, todo seu significado... Etta agora morre como a criança que era. Pacífica. Feliz ao lado de seus pais, antes da luta, antes do Expurgo, antes da guerra.

Desculpem-me se, nesta review, eu não mencionei outros detalhes do episódio. Desculpem-me se não falei sobre como foi bom ver a reunião da equipe Fringe com Broyles. Desculpem-me se não falei das ótimas tiradas de Walter e da existência de um laboratório com todos os casos já investigados, e da nostalgia que essas cenas nos trazem. Desculpem-me se não falei dos ótimos ataques ao metrô, das incríveis cenas de ação, de toda a ótima trama do episódio. Mas tudo parece simplesmente muito pequeno comparado ao significado de Etta. Esses quarenta minutos parecem muito pequenos. Parece que poderíamos ficar à deriva com Etta por toda a eternidade... Lutando. Amando. Felizes.

É com The Bullet That Saved The World que Fringe continua uma alegoria de tragédias e dores. É aqui, na derrota, que a guerra começa.

Nota final
9,5
Reviews 6760759332398296672

Postar um comentário Comentários Disqus

Página inicial item