loggado
Carregando...

[Review] Fringe S05E03 - The Recordist

"Existe um tempo para registrar a história, e existe um tempo para fazer a história."


"Existe um tempo para registrar a história, e existe um tempo para fazer a história."

E, mais uma vez, parece que Fringe cai na segunda opção. The Recordist é mais um episódio simplesmente sensacional desta fantástica quinta temporada da série, que, novamente, parece tentada a deixar um marco na história da televisão.

Este episódio marca a volta à antiga fórmula da série - ou algo parecido. Foi fácil ver vislumbres de episódios passados aqui, mas isso não é nenhum desmérito. Pelo contrário: Fringe consegue ser genial com a simplicidade de si própria. The Recordist equilibrou mitologia e emoção, como as duas primeiras temporadas faziam. Quanto à mitologia, o que chama atenção é a introdução de dois novos focos: o personagem Donald e as pedras vermelhas, que surgiram no meio da trama, muito como os First People na terceira temporada. Apesar de não sabermos muito sobre estes agora, sabemos que, desde já, há um resgate à forma de mitologia densa que vimos na série desde seu principio.

Além disso, é difícil não se sentir tocado pela relação pai-e-filho do grupo de historiadores da humanidade, e dos momentos finais. O suicídio do pai por um bem maior, transformando-o num herói, é tão simbólico quanto este episódio; tão simbólico quanto a esperança e os sacrifícios que foram feitos por 21 anos de luta. A história foi feita, afinal, de forma magistral.

A família Bishop também exerceu um grande papel no soco emocional da trama desta semana. A desesperança narrada por Olivia foi tão visceral quanto a ótima atuação de Anna Torv. Sim, visceral, pois não há palavra melhor para descrever a sensação que é vê-la confessar abertamente a noção que ela tem de como sua vida foi desastrosa. De como ela, por anos, viveu sem viver - uma semivida, ornada de puro sofrimento. Ela não teve infância; viu as pessoas ao seu redor morrer; e, quando surge um mínimo momento de alegria, a mínima luz que é Etta, há de haver desconfiança, também. Essa série foi construída sobre mágoa e desespero. A felicidade é uma utopia. Mas é por esta utopia que estão lutando.

Não podemos deixar de notar, também, alguns detalhes, como a primeira citação à mitologia das quatro primeiras temporadas até agora (no momento em que Olivia cita os testes de Cortexiphan), e também, a grande homenagem (pelo menos, eu considero) que este episódio foi ao livro e filme Fahrenheit 451, que, próximo ao seu fim, apresenta um grupo bastante parecido com os historiadores deste episódio. Afinal, Fringe jamais foi uma série de uma só camada; jamais se preocupou somente com o plano visual, dando destaque sempre à emoção, à inteligência, à inovação... e também às homenagens aos clássicos. 

Em resumo, este episódio foi tão interessante, inovador e destruidor quanto a quinta temporada inteira vem sendo. À medida que completamos o primeiro quarto da temporada, somos agradados com episódios fortíssimos, nos deixando vorazes para os próximos - mesmo que o tão temível fim esteja próximo.

Nota final
9
Reviews 7558479494055194903

Postar um comentário Comentários Disqus

Página inicial item