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[Review] Revolution 1x01 - Pilot (Preview)

Pilotos e suas pilotices.


Pilotos e suas pilotices.

Lembram de J. J. Abrams? De Lost? De FRINGE? Ou de Undecovers, Alcatraz e seus recentes fracassos? Certamente, o público está desconfiado. Revolution, desde o início, parecia só mais um Alcatraz misturado com Terra Nova, santo Jeová. Eu mesmo não acreditava muito na trama. Mas foi aí que me surpreendi: Revolution é muito mais do que eu esperava. O Igor postou há alguns dias sua opinião sobre o piloto, agora vou postar a minha; mais tarde, comunicaremos quem irá ficar 

A produção é admirável. Os efeitos especiais, mesmo que limitados (olá, NBC?), têm vigor o suficiente para garantir um bom visual. O roteiro também não decepciona, criando uma milícia cruel, porém, humana. Foi ótimo assistir o Capitão Neville, personagem de Giancarlo Esposito, conversar com o asmático Danny, e ver que, apesar de firme, o capitão entende o que suas vítimas passam – desde que não se esqueçam quem provocou primeiro. A direção é cheia de vícios de séries de TV aberta – ou seja, câmera tremida aos montes -, mas, no geral, sabe transmitir bem a sensação certa para cada cena: os takes distantes para focalizar tudo o que o mundo se tornou, os outros takes que parecem entrar no personagem e mostrar tudo o que ele vê... e as cenas de luta. Santas cenas de luta! É o maior destaque deste piloto: as batalhas, apesar de claramente coreografadas, também não fogem muito à realidade. Não são extremamente mentirosas: apenas o suficiente para criarem um bom visual.

Já a história, bem, não podemos enaltecê-la além da conta, nem podemos condená-la. Não podemos enaltecer por que é um piloto, e está cheio de pilotices básicas: introdução de personagens descuidas, história apressada para caber em 40 minutos... Mas não podemos condená-la por que é uma ótima história. O mundo de Revolution não é bonitinho, nem utópico como o de Terra Nova; muito pelo contrário: é altamente distópico, dando destaque à própria opressão do governo, e à dominação das repúblicas. Neste sentido, a série se dá o trabalho de criar várias curiosidades para o mundo futurístico, como whisky sangrento, mercados ao estilo feudal e escassez de diversos itens. Apesar de eu achar difícil que Revolution demonstre algum conteúdo político, como é comum de distopias, tenho a impressão de que também não vai ser uma série de uma dimensão só. Destaque também para as reviravoltas, que fazem jus a seu nome: eu não imaginaria que Sebastian era, na verdade, amigo de Miles; nem que a senhora que cuidou de Danny fazia parte do que parece uma resistência ao governo. A única coisa que me decepciona, neste sentido, é o possível romancinho entre Charlie e Nate. Por último, falarei do conteúdo emocional soberbo que aqui foi demonstrado: a cena em que a mãe e o pai de Charlie a fazem tomar sorvete, de tão simples, acabou por ser linda. E há várias cenas deste tipo no piloto, o que me deixa ansioso por flashbacks nos próximos episódios.

Falando agora de atuações: achei todas muito fracas, à exceção da de Esposito. E isto acaba por piorar personagens, sendo que alguns já eram bastante clichês, como, por exemplo, Aaron, o executivo do Google, que é claramente uma tentativa de trazer um pouco de humor à série. Tentativa esta que falha. A série peca bastante nisso, e pode ser um fator definitivo para sua audiência.

Apesar de vários erros, Revolution ainda conseguiu ser um piloto interessante. Talvez por que J. J. Abrams não é o showrunner. Sabe-se lá. Mas o que conta é que este é um piloto que conseguiu prender minha atenção; Revolution consegue ser um pouco mais do que simplesmente bom, e é difícil encontrar um piloto que preste nestas bandas. Ainda assim, pode ser que a série caía na mesmice; pode ser que, daqui a dois ou três episódios, seja impossível continuar. Não sei, não tenho certeza, mas com certeza vou querer continuar a ver esta temporada, e, por hora, torço para que haja audiência o suficiente para garantir uma segunda, mesmo que isto seja difícil com a NBC.
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