[Review] Revolution 1x01 - Pilot (Preview)
Pilotos e suas pilotices.
http://siteloggado.blogspot.com/2012/09/reviews-revolution-pilot-1x01.html
Lembram de J. J. Abrams? De Lost? De FRINGE? Ou de Undecovers, Alcatraz e seus recentes
fracassos? Certamente, o público está desconfiado. Revolution, desde o início, parecia só mais um Alcatraz misturado com Terra
Nova, santo Jeová. Eu mesmo não acreditava muito na trama. Mas foi aí que
me surpreendi: Revolution é muito
mais do que eu esperava. O Igor postou há alguns dias sua opinião sobre o piloto, agora vou postar a minha; mais tarde, comunicaremos quem irá ficar
A produção é admirável. Os efeitos especiais, mesmo que
limitados (olá, NBC?), têm vigor o suficiente para garantir um bom visual. O
roteiro também não decepciona, criando uma milícia cruel, porém, humana. Foi
ótimo assistir o Capitão Neville, personagem de Giancarlo Esposito, conversar
com o asmático Danny, e ver que, apesar de firme, o capitão entende o que suas
vítimas passam – desde que não se esqueçam quem provocou primeiro. A direção é
cheia de vícios de séries de TV aberta – ou seja, câmera tremida aos montes -,
mas, no geral, sabe transmitir bem a sensação certa para cada cena: os takes distantes para focalizar tudo o
que o mundo se tornou, os outros takes que
parecem entrar no personagem e mostrar tudo o que ele vê... e as cenas de luta.
Santas cenas de luta! É o maior destaque deste piloto: as batalhas, apesar de
claramente coreografadas, também não fogem muito à realidade. Não são
extremamente mentirosas: apenas o suficiente para criarem um bom visual.
Já a história, bem, não podemos enaltecê-la além da conta,
nem podemos condená-la. Não podemos enaltecer por que é um piloto, e está cheio
de pilotices básicas: introdução de personagens descuidas, história apressada
para caber em 40 minutos... Mas não podemos condená-la por que é uma ótima
história. O mundo de Revolution não é
bonitinho, nem utópico como o de Terra
Nova; muito pelo contrário: é altamente distópico, dando destaque à própria
opressão do governo, e à dominação das repúblicas. Neste sentido, a série se dá
o trabalho de criar várias curiosidades para o mundo futurístico, como whisky
sangrento, mercados ao estilo feudal e escassez de diversos itens. Apesar de eu
achar difícil que Revolution
demonstre algum conteúdo político, como é comum de distopias, tenho a impressão
de que também não vai ser uma série de uma dimensão só. Destaque também para as
reviravoltas, que fazem jus a seu nome: eu não imaginaria que Sebastian era, na
verdade, amigo de Miles; nem que a senhora que cuidou de Danny fazia parte do
que parece uma resistência ao governo. A única coisa que me decepciona, neste
sentido, é o possível romancinho entre Charlie e Nate. Por último, falarei do
conteúdo emocional soberbo que aqui foi demonstrado: a cena em que a mãe e o
pai de Charlie a fazem tomar sorvete, de tão simples, acabou por ser linda. E
há várias cenas deste tipo no piloto, o que me deixa ansioso por flashbacks nos
próximos episódios.
Falando agora de atuações: achei todas muito fracas, à
exceção da de Esposito. E isto acaba por piorar personagens, sendo que alguns
já eram bastante clichês, como, por exemplo, Aaron, o executivo do Google, que é
claramente uma tentativa de trazer um pouco de humor à série. Tentativa esta
que falha. A série peca bastante nisso, e pode ser um fator definitivo para sua
audiência.
Apesar de vários erros, Revolution
ainda conseguiu ser um piloto interessante. Talvez por que J. J. Abrams não
é o showrunner. Sabe-se lá. Mas o que
conta é que este é um piloto que conseguiu prender minha atenção; Revolution consegue ser um pouco mais do
que simplesmente bom, e é difícil encontrar um piloto que preste nestas bandas.
Ainda assim, pode ser que a série caía na mesmice; pode ser que, daqui a dois
ou três episódios, seja impossível continuar. Não sei, não tenho certeza, mas
com certeza vou querer continuar a ver esta temporada, e, por hora, torço para
que haja audiência o suficiente para garantir uma segunda, mesmo que isto seja
difícil com a NBC.